7.2. Quais os benefícios da amamentação para a mãe?
Melhor recuperação após o parto;
Realização pessoal - Diminui a possibilidade de depressão pós-parto;
O útero volta mais rapidamente ao normal;
Evita hemorragia: ao amamentar, a mãe produz um hormônio que contrai os tecidos, diminuindo os riscos de hemorragia e tornando mais fácil ao seu corpo readquirir a forma antiga;
Menos chance de desenvolver câncer de ovário, mama e útero;
Reduz a chance de engravidar enquanto o aleitamento do bebê for exclusivamente o leite materno (anovulação fisiológica - falta de ovulação). Porém, se a mulher voltar a menstruar durante o período de amamentação, esse efeito contraceptivo é reduzido. Durante os dois primeiros meses após o parto e com, no mínimo, seis mamadas/dia, há uma segurança de 98% da mãe não engravidar. Mas, após esse período, mesmo sem amenorréia, a mãe pode engravidar.
7.3. Que problemas o uso da mamadeira pode trazer ao bebê? Habitua a criança a uma alimentação mole e adocicada (maior risco de cárie), fazendo com que ela recuse alimentos que requeiram mastigação. O tempo de sucção é maior no peito do que na mamadeira. Em nenhum dos casos o bebê passará fome, mas na mamadeira fica sempre uma falta de satisfação neural, impulso que ele acompanha desde o útero materno que o fará sugar o polegar, lábio inferior ou a própria língua. A mamadeira pode levar a problemas de obesidade e de estômago, pois, neste caso, a quantidade de alimento passa a ser mais importante para a criança, além da possibilidade de provocar os mesmos prejuízos que a chupeta e o dedo, porém com maior severidade, sendo, às vezes, necessários anos de tratamento fonoaudiológicos e ortodônticos. 7.4. O que é desmame? A partir do 6o - 7o mês - novos alimentos devem ser oferecidos com colher e copo, sempre sem açúcar, de acordo com a seguinte ordem: suco cítrico, vegetais, arroz, feijão, (sem fritura e com pouco sal), papinhas (frutas e cereais ricos em ferro - aveia). Oferecer os alimentos gradualmente, com a finalidade de se observar a tolerância de seu organismo, adaptar a criança ao novo paladar e desenvolver o processo de sua ingestão e deglutição. - é comum a criança fazer "cara feia" para o alimento, pois ela ainda não está acostumada com ele, porém, isso não significa que ela não gosta. É desaconselhável liqüidificar os alimentos até o primeiro ano de vida, devendo-se apenas amassá-los com garfo. A forma física deve ser pastosa e consistente para estimular o aparelho estomatognático. Deve-se eliminar o uso da sacarose da alimentação do bebê, evitando o uso de bolachas, salgadinhos e refrigerantes que são redutores do apetite. Alimentos alergênicos como clara de ovo, morango, abacaxi, chocolate, frutos do mar, nozes, carne de porco, tomate, mostarda e alho, devem ser introduzidos após o 1o ano de vida. Aos 6 meses, a criança já tem coordenação motora para segurar copos ou colheres, porém, se não houver estímulo, ocorrerá um "freio" no seu desenvolvimento racional e emocional, com a sua infantilização. 7.5. Como fornecer uma alimentação sadia para o bebê com mais de seis meses? Criar um hábito sadio através de uma dieta sem açúcar adicionado (= açúcar extracelular), lembrando que a criança leva um certo tempo para se acostumar a outros alimentos, além do leite. Estabelecer horários regulares para a alimentação, cuidando para que o bebê tenha, no máximo, 5 refeições diárias (café, lanche, almoço, lanche e janta), comendo alimentos doces somente nestes horários. Em crianças maiores, já acostumadas a adicionar sacarose aos alimentos, é impossível excluir totalmente o açúcar da dieta. Neste caso, deve-se orientar para o uso adequado/racional do açúcar, ou seja, somente incluído nas refeições principais. Outra opção seria a utilização de produtos substitutos ou similares ao açúcar. Entre os adoçantes nutritivos, estão incluídos os açúcares altamente calóricos (sacarose, frutose, lactose e maltose) e os polióis, também chamados de álcoois de açúcar (sorbitol, manitol, xilitol, isomaltitol), com baixo valor calórico e pequeno ou ausente potencial cariogênico. Os adoçantes não nutritivos ou não calóricos são indicados para o controle de peso, da concentração de glicose no sangue e para a prevenção da cárie dentária. Estes produtos, são amplamente utilizados pela indústria alimentícia, principalmente devido a sua qualidade, segurança e compatibilidade com outros ingredientes, além da estabilidade em diferentes alimentos. A FDA aprova a inclusão dos seguintes adoçantes não nutritivos como aditivos alimentares: sacarina, aspartame, acesulfame-potássio (acesulfame-k) e a sucralose, todos já vendidos no Brasil. 7.6. O que é cárie de mamadeira ou de peito? A cárie de mamadeira ou de peito é conhecida hoje como a Cárie Precoce da Infância (ECC), e, tem um efeito devastador na dentição decídua e na saúde geral da criança, podendo levar a perda precoce dos dentes decíduos e prejuízo aos dentes permanentes, ainda em formação (os dentes permanentes dependem dos decíduos). Os incisivos superiores são dentes mais severamente afetados. São causas importantes para seu aparecimento:
A mamadeira com açúcar várias vezes ao dia e/ou à noite;
A falta de higiene ou higiene inadequada após as mamadas;
A ingestão de alimentos com açúcar fora de hora (nos intervalos entre as refeições principais)
Amamentação no peito (principalmente à noite), associada a outros alimentos cariogênicos A amamentação noturna age diretamente nos quatro fatores etiológicos da cárie dentária: hospedeiro (contato com os dentes) microflora (campo ideal para do desenvolvimento); substrato cariogênico; e tempo ( longa duração).O lento ritmo de deglutição durante o sono, associado ao fluxo salivar reduzido permitem um permanente contato do leite com os dentes do bebê favorecendo a formação de ácidos pelos microorganismos por um prolongado período de tempo;
O líquido mais utilizado nas mamadeiras é o leite:o leite bovino possui menor quantidade de lactose que o leite materno. Quando se adiciona açúcar no leite bovino seu potencial cariogênico aumenta.
Não deixe a criança dormir tomando mamadeira. Após alimentação, faça a higiene da cavidade bucal do bebê 7.7. Como orientar os responsáveis quanto amamentação noturna? Trata-se de um aspecto mais psicológico do que nutricional. Uma criança que se alimenta bem durante o dia, não acorda à noite com fome e sim, por outros motivos, como pesadelos, medo do escuro, medo de abandono dos pais. O que ela quer na verdade é a presença da mãe par acalmá-la, por isso, ao ser acolhida, a criança volta a dormir em poucos minutos. Como proceder em relação a esta mudança de hábito que deverá ser gradual (não ser radical nas orientações e cobranças):
diluir com água;
limpar a boca antes de dormir (escovação com flúor);
eliminar gradualmente o hábito.
Não deixe o bebê dormir tomando mamadeira. Após alimentação, faça a higiene, utilizando uma fralda ou gaze umedecida com água fervida e/ou filtrada.
8. Cuidados gerais:
· até os 6 meses:
Dieta: aleitamento materno exclusivo - disciplinar os hábitos alimentares
Higiene: sempre
· de 6 meses a 1 ano:
Dieta: início da introdução de chá, suco, papinha (desmame). Remoção da amamentação noturna e controle da freqüência de ingestão de alimentos.
Higiene: sempre
Alerta aos traumatismos dentários (bebê começa a caminhar)
· de 1 a 3 anos: (erupção dos molares)
Dieta: introdução de alimentos sólidos
Higiene: sempre
9. Surgimento dos primeiros dentes e possíveis sintomas no bebê:
Diarréia acompanhada de estado febril e irritabilidade, sono agitado (acorda à noite, dorme durante o dia) e muita baba, são processos que podem coincidir com o processo de irrupção dos primeiros dentes decíduos.
Poucos dias antes da erupção, pode ocorrer edema local e eritema gengival.
Explicação: A presença de imunoglobulinas (IgE) nos tecidos dentário próximos ao dente em erupção, antes da maturação dos ameloblastos, que reagem com as proteínas da matriz do esmalte e células mastócitas, produzindo reações de hipersensibilidade que podem ser responsáveis pelos sinais clínicos da erupção dentária.
Indicar o uso de mordedores de borracha limpos para massagear a gengiva que podem ser levados à geladeira, pois provocam isquemia na gengiva, diminuindo o desconforto O uso destes mordedores também pode acelerar o processo de erupção.
9.1-Cronologia e seqüência de erupção dos dentes decíduos: Cronologia: é a data em que o dente irrompe na cavidade bucal. Obedece um padrão genético. Seqüência: ordem em que os dentes irão irromper na boca. Existem intervalos considerados normais de erupção.
DenteInferiorSuperiorIncisivos Centrais810Incisivos Laterais13111os Molares1616Caninos20192os Molares2729
10. Hábitos bucais deletérios mais comuns: Chupeta e dedo A chupeta e dedo podem causar deformidade óssea, má-oclusão, deglutição atípica, e dificuldade futura de fala. Além disto, são veículos de transmissão de parasitas e coliformes fecais. Na amamentação, a criança aprende a posicionar corretamente a língua, ganhando tônus adequado que viabilizará as corretas funções orais, possibilitando uma boa oclusão, por afastar hábitos como sucção do polegar e chupeta, uma vez que a criança satisfaz no peito sua necessidade de sucção. (equilíbrio físico e mental). 11. Traumatismos Predominam em crianças que começam a se levantar sozinhas, a andar e comer, porém ainda sem coordenação motora que lhe permita movimentos precisos e seguros. Pode haver relação com quedas do colo da mãe, do carrinho de bebê, de lugares altos ou em movimento (móveis, escorregador, gira-gira, escada). Os pais devem procurar o atendimento odontológico o mais breve possível . O exame clínico e radiográfico é um importante auxiliar no diagnóstico e na proservação de lesões traumáticas (avaliação do envolvimento radicular e pulpar). 12.Considerações finais
Objetivamos de maneira simplista de prestar esclarecimentos sobre as doenças bucais.
Exemplificamos a nossa busca pela conscientização e educação da população no que tange aos princípios básicos fundamentais da Promoção de Saúde Bucal.
Os profissionais da odontologia assumem um papel importante pois têm responsabilidades sociais, já que sua função na sociedade não se restringe apenas ao tratar.
Desenvolver a capacidade de ensinar é grande parte de sua função quando se deseja a saúde da população. No mesmo momento em que se trabalha a importância da própria saúde da gestante e a relação com a saúde do bebê, numa visão médica, a incorporação da equipe de saúde bucal amplia esta abordagem nos serviços de saúde.
Fonte:
Prof. Márcia Cançado Figueiredo Prof. Adjunta da Disciplina de Odontopediatria da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS Coordenadora do Curso de Extensão Universitária: Bebê Clínica da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS Coordenadora do Curso de Extensão Universitária: Atendimento Odontológico ao Paciente Portador de Necessidades Especiais da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS
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