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Orientações para a gestante e o seu bebê 2ª parte



4. Odontologia para bebês: 1. O que ocorre na boca do bebê após seu nascimento? Até o sexto mês há uma infecção causada por bactérias na cavidade oral do bebê que é impossível de ser evitada. A partir do sexto mês, estas bactérias colonizam a superfície dos dentes em irrupção, podendo se desenvolver e desde já, provocar lesões de cárie . A colonização inicial de bactérias cariogênicas se dá por uma longa e repetida inoculação, portanto, ela deve ser diminuída ao máximo. Devemos permitir a colonização das estruturas dentárias do bebê por bactérias indígenas, através da limpeza de seus dentes e através de uma alimentação saudável, ou seja, sem adição freqüente de açúcar A criança nasce livre das bactérias que habitam a cavidade bucal. O feto, no útero, apresenta sua boca estéril e durante o nascimento a cavidade bucal fica exposta à microbiota genital da mãe. Após o nascimento contamina-se, em poucas horas, com a microbiota das pessoas que convivem com o recém-nascido, como a mãe , médicos e enfermeiros. Com o nascimento, a criança continua exposta aos microorganismos normalmente residentes da cavidade bucal de adultos podendo a população bacteriana aumentar em uma taxa descontínua dependendo da freqüência de introdução de microorganismos e das condições presente na cavidade bucal . A permanência deles é transitória . Ao iniciar a irrupção dos dentes ocorrem alterações na composição da microbiota, passando a existir a colonização de outras espécies dando origem a famosa placa bacteriana cariogênica. Pode-se verificar que a aquisição desses microorganismos cariogênicos ocorre quando irrompem os dentes na cavidade bucal, fase denominada de "Janela da infectividade da cárie". Quanto mais cedo ocorrer a irrupção dentária maior a probabilidade de uma aquisição precoce de microorganismos cariogênicos oriundos da saliva materna e por conseqüência uma maior a probabilidade de desenvolvimento da cárie dentária provavelmente pelo fato do esmalte ainda estar em processo de maturação pós eruptiva e, portanto ,menos ácidos- resistente do que o esmalte maturo. A saliva materna seja por contato direto ou indireto é o principal veículo de contaminação do microorganismo cariogênico. Deste modo é importantíssimo realizar a higiene bucal do bebê durante a época de irrupção dos dentes decíduos e, da mãe gestante, uma vez que muitas delas podem estar colonizadas por microorganismos cariogênicos em níveis bucais considerados favoráveis a para transmissão mãe-filho. 2. O que é doença cárie e periodontal (gengivite)? Cárie é o resultado da destruição causada pelas bactérias que começa como uma mancha branca, podendo evoluir em pouco tempo para uma cavidade. As bactérias usam o açúcar (chocolate, bolacha, salgadinho...) e formam um ácido que retira minerais dos dentes. Gengivite é uma inflamação da gengiva causada por bactérias da placa. Pode ocorrer sangramento devido ao acúmulo de placa por três dias, no mínimo. 3. É possível prevenir a instalação das doenças bucais: cárie e periodontal e manter a saúde bucal do bebê? Higiene física e bucal do bebê: Higiene física: a mãe deve lavar suas mãos após as trocas do bebê e ambos devem lavar as mãos após as refeições. Higiene bucal: introduzida a partir dos primeiros meses de vida do bebê, através da limpeza da gengiva, bochecha, língua e palato, com uma gaze ou fralda embebida em água FILTRADA. Já, aos 6 meses, com a irrupção do primeiro dente, a escova (pequena, macia e com cerdas arredondadas) pode ser introduzida e, após a irrupção dos molares decíduos o uso da escova é fundamental, com a menor quantidade possível de dentifrício fluoretado, algo em torno do tamanho de um grão de ervilha, para evitar a ingestão excessiva de flúor . A criança pode escovar seus dentes, mas a mãe deve repetir o procedimento que deverá ser supervisionado até os 1os molares permanentes entrarem em oclusão funcional (8 - 9 anos). 4. Quando deve ser a primeira consulta odontológica do bebê? Deve ser antes do nascimento de seu primeiro dente, ou seja, no primeiro mês de vida, para que os pais acostumem-se a levar seus bebês ao dentista, assim como o levam ao médico pediatra, para que possam ser dadas as orientações sobre higienização, dieta, como proceder quando os dentes começarem a irromper, prevenindo possíveis infecções que possam ocorrer na sua cavidade bucal (dentais, gengivais, estomatológicas), desde a sua tenra idade. Anamnese: primeiros anos de vida (gestação, parto, aleitamento materno), história médica anterior (doenças de infância, doenças sistêmicas, uso de medicamentos), história médica atual (estado geral de saúde, alergia, medicamentos utilizados), história odontológica (época de erupção dos primeiros dentes decíduos, traumatismos), comportamento psicológico (creche, sono, bruxismo), higiene bucal (quem faz, freqüência diária, com ou sem dentifrício fluoretado, fio dental), dieta (mamadeira com/sem açúcar, diurna/noturna, número de refeições diárias, costuma "beliscar") flúor (cidade onde mora com/sem água de abastecimento fluoretada, ingere comprimidos ou soluções fluoretadas, bochechos). Exame clínico: deve ser realizado sempre após a anamnese. Execução: conter a criança para que o exame seja corretamente executado ( boa iluminação, profilaxia e secagem das estruturas dentárias, exame visual). O tempo de cadeira da primeira consulta deve ser de aproximadamente 5 minutos. O índice de sangramento gengival não é usado em bebês de 0 a 1 ano - fase de pré- contato oclusal dos incisivos. Orientações: relacionadas a higiene bucal, uso racional do flúor, dieta, cuidados gerais com o bebê, hábitos deletérios e traumatismos. 5. Higiene bucal X idade: De 0 a 6 meses: envolver o dedo em gaze ou fralda embebida em água fervida ou filtrada, passando sobre a gengiva, língua, palato, bochechas; De 6 meses a 1 ano: higiene: passar fralda/gaze ou escova macia, pequena e com cerdas arredondadas com ou sem creme dental; De 1 a 3 anos (erupção dos molares): realizada pelos pais, no mínimo uma vez/dia com dentifrício, na quantidade de um "grão de ervilha" e fio dental antes de dormir. Escovar a língua com a escova, sem pasta, através de movimentos de trás para frente (evita a contaminação dos dentes pela placa bacteriana que se forma sobre ela) Deixar a criança escovar e depois completar a sua escovação - a mãe deve supervisionar a escovação até os 9 anos. Quando os molares erupcionarem é obrigatório o uso da escova e do dentifrício fluoretado, pois são dentes cheios de "reentrâncias" e "furinhos" que acumulam alimentos. 5.1-Posicionamento dos pais e técnicas para a execução da higiene bucal: Até 18 meses: bebê no colo, com um de seus braços posicionados para trás das costas da mãe que vai imobilizar a mão livre. Com a outra mão, a higiene bucal é executada. Dos 18 aos 24 meses: mãe e pai sentados frente a frente, com joelhos unidos, posicionar o bebê no espaço formado pelas pernas de ambos. Um dos pais imobiliza os braços e pernas e o outro e cabeça e executa a escovação. Técnica: afastar os lábios para enxergar os dentes do fundo; escovar primeiro os dentes de cima e depois embaixo (do lado da bochecha, da língua e do palato). Técnica de Starkey: movimento de escovação: bolinha, trenzinho e vassourinha, com a criança no colo, na frente do espelho. 6. Flúor na prevenção e tratamento da doença cárie Os dentifrícios fluoretados têm sido considerados os grandes responsáveis pela redução da incidência de cárie pelo fato de que, juntamente a desorganização e/ou remoção mecânica da placa bacteriana durante a escovação, o flúor tópico pós-eruptivo está agindo regularmente, tanto pela sua manutenção na saliva, como pela presença dos produtos da sua reação com o dente. Em bebês, o flúor, além de ser uma medida preventiva, está associado a um processo educativo, de forma que a criança e o adulto possam se autocuidar de acordo com seus padrões culturais. Jamais devem ser associados dois métodos sistêmicos (ex.: água de abastecimento e suplementos fluoretados), devido ao alto risco de sobredose e de efeitos colaterais (fluorose). Já, com a utilização do flúor tópico, o risco também poderá existir quando este estiver associado a um método sistêmico e houver deglutição do dentifrício pela criança. Portanto, em crianças livres de cárie que escovam seus dentes com creme dental fluoretado, já estão sendo submetidas a uma dose de flúor que contra-indica qualquer suplementação. A aplicação tópica de flúor profissional, deve ser realizada, entre 4 a 6 sessões, àqueles pacientes com atividade de cárie, sempre após profilaxia prévia dos dentes e por um período de 1 minuto. O gel (FFA - 12.300 ppmF) é mais reativo, porém apresenta maior risco de deglutição. Já o verniz (22.000 ppmF) é mais lentamente eliminado da cavidade bucal e, portanto, indicado a pacientes de menor idade e somente nas regiões onde há risco de estabelecimento de lesões. 7. Dieta: 7.1. Por que amamentar exclusivamente no peito até o 6º mês de vida do bebê? Capacidade nutritiva: contém todos os nutrientes essenciais ao crescimento e desenvolvimento da criança até os seis meses (água, proteínas, carboidratos, calorias e sais minerais); Poder de imunização: atua como uma vacina, pois transfere anticorpos e imunoglobulinas da mãe para o bebê, exercendo função antibacteriana e antivirótica e protegendo-o contra infecções - diarréia infantil. Redução de 30% da mortalidade. Crianças alimentadas por mamadeira têm cerca de 25 vezes mais probabilidade de adoecer do que as que mamam no peito. De acordo com a OMS, todo ano ocorrem 1,5 milhões de mortes de bebês no mundo, que poderiam ser evitadas com a amamentação. O leite materno funciona como uma vacina contra quase toda a infecção que a mãe teve no passado, mesmo antes da gravidez, protegendo o bebê; Melhor desenvolvimento mental - intelectual e equilíbrio emocional: relação entre mãe-filho de amor, confiabilidade, segurança, carinho, aconchego, afeto, proximidade física e descanso de ambos; Excelente exercício muscular e respiratório: reflexos futuros na fala (músculos firmes), na respiração (pelo nariz: evita amigdalite, pneumonia, otite), nos dentes (melhor alinhamento) e na mastigação (continuará a tarefa de exercitar ossos e músculos). Com a amamentação, o bebê estabelece um padrão de respiração nasal (exercício respiratório) e aprende a posicionar a língua que trabalha intensamente, adquirindo tonicidade, postura e permitindo o desenvolvimento muscular e esquelético adequados (exercício muscular). O intenso trabalho muscular, avançando e retruindo a mandíbula, realizado principalmente pelos pterigoídeos laterais e mediais, masséteres e temporais, faz com que este músculos estejam bem treinados ou melhor, preparados fisicamente para futuramente exercer uma boa função mastigatória dos alimentos duros; Exercício físico: ao nascer, o bebê tem a mandíbula muito retraída que irá se desenvolver e alcançar o equilíbrio com a maxila somente por volta dos 6 meses de idade, através do estímulo da sucção do peito. Este processo é muito importante e exerce reflexos futuros na fala, respiração e dentição da criança, além de preparar o bebê para a mastigação; Ecológico: não provoca desperdício, não precisa de embalagem, é renovável e preserva a natureza; Econômico: está disponível e é produzido pela própria mãe; Estéril e com temperatura adequada: é completamente protegido contra contaminação (não sofre manipulação).

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